Ocde: portugal deve evitar excessos na austeridade

Ocde: portugal deve evitar excessos na austeridade

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o documento contém previsões macroeconómicas e recomendações políticas para os 34 membros da organização. eis os principais pontos relativos a portugal: +++ a economia portuguesa deverá


encolher 1,8% no próximo ano e recuperar 0,9% em 2014. a previsão para o próximo ano é mais pessimista que a da ‘troika’ (1%); a de 2014 é mais pessimista que a anunciada hoje no parlamento


pelo ministro das finanças, vítor gaspar (0,8%). +++ a ocde espera que a economia portuguesa (em contracção desde o último trimestre de 2010) volte ao crescimento “no final de 2013”. esta


previsão é também mais pessimista que a da ‘troika’, que vê a luz ao fundo do túnel já para o segundo trimestre do próximo ano, mas igual à de gaspar, que hoje passou a retoma para “o


segundo semestre de 2013”. +++ também no desemprego o cenário da ocde é mais negro: uma taxa recorde de 16,9% em 2013, caindo apenas ligeiramente para 16,6% em 2014. +++ para além de uma


economia ainda mais fraca, a ocde acredita que só será possível cumprir as metas para o défice orçamental (4,5% do pib em 2013, 2,5% em 2014) com recurso a medidas adicionais. +++ a ocde


considera contudo desaconselhável impor ainda mais austeridade para cumprir as metas nominais, porque isso só iria “agravar a recessão”. +++ o cenário para portugal está ainda ameaçado pelos


riscos ligados ao prolongamento da crise financeira da zona euro; para os evitar, a ocde recomenda uma redução dos desequilíbrios comerciais e financeiros entre os países do norte e do sul


da zona euro. +++ “se for preciso desacelerar o ritmo da consolidação orçamental, isso deve ser feito em conjunto na zona euro, para que os mercados entendam que é uma decisão de todos”,


afirmou o economista-chefe da ocde, pier carlo padoan +++ em declarações na assembleia da república, o secretário-geral do ps, antónio josé seguro, opinou que as previsões da ocde mostram


que “a política de austeridade custe o que custar tem um efeito bastante recessivo na economia”. lusa/sol