
Cop 30: protagonismo do brasil no clima e desenvolvimento sustentável
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DURANTE O FÓRUM LIDE COP 30, PARTICIPANTES DISCUTIRAM O PAPEL ESTRATÉGICO DO BRASIL NA AGENDA CLIMÁTICA E COBRARAM AÇÕES CONCRETAS * Isabella Lima 31 mai 2025 - 04h59 (atualizado às 09h22)
Compartilhar Empresários, especialistas e autoridades reuniram-se nesta sexta-feira, 30, no Fórum LIDE COP 30 para debater os desafios e oportunidades trazidos pela 30ª Conferência do Clima
da ONU, marcada para novembro, em Belém (PA). O evento reforçou a necessidade de conciliar crescimento econômico com preservação ambiental e posicionar o Brasil como protagonista nas
soluções para a crise climática. > A programação foi dividida em três painéis com o tema central “O protagonismo brasileiro na COP 30: potência energética, alimentar e ambiental”.
Participaram lideranças políticas como os governadores Eduardo Riedel (Mato Grosso do Sul) e Helder Barbalho (Pará), além de representantes do setor privado e ambientalistas. CHANCE PARA O
BRASIL FALAR COM O MUNDO Izabella Teixeira, co-presidente do Painel Internacional de Recursos da ONU e ex-ministra do Meio Ambiente, destacou que o Brasil precisa se conhecer melhor antes de
construir uma narrativa internacional. “Não adianta falar com o mundo se a gente não conhece o país.” Ela elogiou iniciativas em promover diálogos regionais, reforçando que o Brasil é um
país de múltiplas realidades e soluções. “O Brasil é capaz de prover soluções, mas para isso ele terá que mudar cada vez mais.” Segundo Izabella, a COP 30 representa uma oportunidade para o
país redefinir sua imagem. “O mundo virá ao Brasil. E a COP 30 é uma chance para que o Brasil fale com o mundo a partir do Brasil.” Ela criticou visões simplistas sobre a Amazônia e afirmou
que o país precisa construir seu próprio conceito sobre a região. “O mundo tem um conceito sobre a Amazônia. O Brasil não tem um conceito nacional sobre a Amazônia.” Ela ainda propôs uma
nova agenda climática: “A COP 30 deve trazer a discussão da land transition (transição do uso da terra), incluindo agricultura, minerais críticos e novos materiais.” Izabella defendeu a
combinação entre ciência, natureza e inovação. “Não há como lidar com essa realidade de mundo se não formos pragmáticos. Esta é a hora de falar bem do Brasil, começa na COP 30 e começa com
os brasileiros.” “EVENTO MAIS IMPORTANTE DO SÉCULO” Para Virgílio Viana, superintendente da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), a COP 30 é o evento mais importante do século para o Brasil.
“Esse é o evento mais importante do século para o país. Nós somos responsáveis por fazê-la dar certo.” Ele defendeu um engajamento coletivo, citando o conceito de “mutirão” sugerido pelo
embaixador André Corrêa do Lago, presidente da COP. Viana também cobrou avanços na regulamentação do mercado de carbono. “Nós precisamos chegar na COP com o mercado funcionando”, afirmou,
defendendo a criação de uma agência reguladora federal. Para ele, preservar a Amazônia é uma questão de interesse nacional: “Acabar com o desmatamento é essencial para o Brasil, não apenas
para o mundo.” Quem também defendeu a preservação como fundamental para o desenvolvimento foi Dan Ioschpe, Campeão de Alto Nível do Clima da COP 30 e vice-presidente da Federação das
Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). “Nós temos um arsenal de soluções”, disse ele, citando biocombustíveis, SAF (combustível sustentável de aviação) e descarbonização da siderurgia.
“Nós temos hoje 60% da produção siderúrgica concentrada em um lugar do mundo que não tem as condições que nós podemos aportar hoje para o mundo.” Sobre a COP 30, Ioschpe defendeu que o
evento pode projetar o Brasil no cenário climático global: “A COP no Brasil permite que a gente coloque muita luz, um showcase, naquilo que o Brasil já faz e pode fazer mais.” Ele também
apontou o crédito de carbono como um atrativo para investimentos: “O Brasil é o maior local potencial para gerar créditos. Não há dilema aqui: o caminho é o desenvolvimento socioeconômico
sustentável. O Brasil será a peça fundamental… isso acelerará nosso desenvolvimento de forma diferenciada.” “FLORESTA VIVA TEM QUE VALER MAIS DO QUE FLORESTA MORTA” O governador do Pará,
Helder Barbalho, enfatizou que a COP 30 precisa unir preservação e desenvolvimento. “Floresta viva tem que valer mais do que floresta morta. Nós só teremos justiça climática se tivermos
justiça social pensada nos seres humanos que vivem na Amazônia e no Brasil.” Ele citou avanços como a rastreabilidade da pecuária e o mercado de carbono jurisdicionado. Para ele, a COP de
Belém será a “COP da implementação”: “A Amazônia é central para o equilíbrio do clima, mas 29 milhões de pessoas precisam se alimentar, ter emprego e qualidade de vida. É preciso um
desenvolvimento sustentável”. A conferência, segundo ele, será a oportunidade de apresentar um “novo paradigma” que combine ciência, tecnologia, preservação e justiça social. “O meio
ambiente não pode ser penalizado por ideologias” João Doria, ex-governador de São Paulo e fundador do LIDE, destacou a importância de debater sobre o clima de forma pragmática e sem
radicalismos. “O meio ambiente não pode ser penalizado por ideologias que afastam o setor produtivo do desenvolvimento.” O ponto de vista também foi um dos assuntos abordados pelo
ex-presidente Michel Temer, que citou a Constituição Federal ao defender o compromisso de todos com o meio ambiente. “O meio ambiente é dever de todos e também dever do Estado”, disse,
referindo-se ao artigo 225. Ele criticou a polarização do tema: “A obrigação com o meio ambiente não é de uma parcela da nacionalidade, é de todo o Brasil.” O evento foi realizado pelo Grupo
LIDE, com apoio do Governo do Estado do Mato Grosso do Sul e da Fiems, como preparação para a participação brasileira na COP 30, que ocorrerá em novembro em Belém. _*A repórter viajou a
Bonito (MS) a convite do Fórum LIDE COP30_