
Imcopa renegocia títulos de us$ 100 mi
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A Imcopa, processadora de soja com sede em Araucária, deu um passo importante no processo de renegociação de sua dívida. Na quarta-feira, investidores que detêm US$ 100 milhões em títulos
emitidos pela empresa em 2006 aceitaram flexibilizar alguns aspectos do contrato de empréstimo. Com isso, a companhia ganhou tempo para fazer uma nova proposta a esses investidores e
melhores condições para negociar sua dívida bancária de curto prazo, que é de quase US$ 400 milhões. No acordo firmado em Londres, os investidores aceitaram livrar a Imcopa da cláusula de
antecipação, que a forçaria pagar os títulos antes do vencimento por não cumprir com os índices de liquidez previstos em contrato. Além disso, os detentores desses títulos deram 120 dias
para que a Imcopa apresente uma nova proposta de renegociação, o que pode levar a um alongamento do débito a princípio, os papéis vencem em novembro. Outro aspecto importante do acordo é
que os investidores abriram mão da cláusula que impedia a empresa de usar suas fábricas como garantia de outros empréstimos. "Agora podemos usar esses ativos como garantia na
renegociação com os bancos, o que nos deixa muito mais perto de um acordo", explica José Enrique Marti Traver, diretor de operações da Imcopa. Ele diz que espera concluir o alongamento
da dívida bancária nos próximos 30 dias. A dívida com os bancos, de US$ 400 milhões, passou a ser de curto prazo após o balanço da Imcopa ser duramente afetado pela variação cambial no ano
passado. A desvalorização do real fez com que houvesse um descasamento entre seus ativos, calculados em reais, e sua dívida, em dólares. Além disso, a empresa fez operações para se proteger
de variações cambiais que causaram perdas financeiras de mais de R$ 200 milhões. O prejuízo da companhia em 2008 foi de R$ 141 milhões. Com isso, a Imcopa deixou de cumprir critérios de
liquidez previstos nos empréstimos e teve de negociar com os bancos. Segundo Traver, 70% do total da dívida já estão informalmente renegociados com os bancos. Com o acordo desta semana e a
recente valorização do real, o diretor avalia que será mais fácil terminar esse processo. "Fechamos as contas até maio e já revertemos 67% das perdas cambiais. Conforme as operações vão
sendo desmontadas, nossa situação financeira melhora", diz. Mesmo assim, a companhia ainda procura um sócio para voltar a investir em seus projetos. No momento, quatro interessados
analisam os dados da Imcopa e podem apresentar propostas.