O que dizem os astros sobre a “improvável” prisão de jair bolsonaro

O que dizem os astros sobre a “improvável” prisão de jair bolsonaro


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“Improvável”. Tive que pôr aspas porque é uma citação da matéria (excelente, por sinal) do meu colega Renan Ramalho. Na qual ele afirma, só para me provocar, que “uma prisão preventiva [do


Bolsonaro], no entanto, ainda não está no horizonte, a não ser que o ex-presidente cometa erros que possam ser interpretados como tentativa de prejudicar a investigação”. O problema está


nessa ressalva aí. Afinal, tudo o que Alexandre de Moraes quiser interpretar como erro será interpretado como erro. Sem falar que, até aqui, o ex-presidente tem acumulado decisões que, em


condições normais de temperatura e pressão, seriam perdoadas como simples deslizes políticos, errinhos a que estão sujeitos quaisquer líderes, em quaisquer cargos. Mas não vivemos tempos


normais, a temperatura está alta demais e a pressão beira o insuportável. Daí porque qualquer “a” fora do lugar é visto como um erro imperdoável de Bolsonaro e de seus aliados e apoiadores.


Como sabe a “Turma do Bem-feito”. É exatamente por causa dessa perseguição irracional, ou melhor, dessa _obsessão _que discordo do Renan (e de muitos leitores) quanto à improbabilidade de


Jair Bolsonaro ser preso. E discordo também de quem argumenta que Bolsonaro não será preso porque o STF não quer criar um mártir. Como a Lava Jato (atenção para o tempo verbal!) teria feito


com Lula. Digo, o argumento faz sentido, muito sentido, um sentido danado! E aí é que está o problema. Porque um vingador obcecado como Alexandre de Moraes não age de acordo com a lógica ou


com o cálculo político ou a Constituição ou ainda o velho bom senso. Ele quer apenas satisfazer um desejo, realizar um sonho, cumprir uma missão ou fazer prevalecer sua vontade. O resto é


resto. Na cabeça de Alexandre de Moraes, se a prisão de Bolsonaro der origem a acampamentos de apoiadores, como se viu com Lula em Curitiba, tanto melhor: prende-se os apoiadores também, ué.


> Alexandre de Moraes não age de acordo com a lógica, o cálculo > político, a Constituição ou o velho bom senso. Ele quer apenas > satisfazer um desejo, realizar um sonho, cumprir 


uma missão ou > fazer prevalecer sua vontade De qualquer modo, ando encafifado com essa questão. Tanto com a minha certeza de que Jair Bolsonaro será preso quanto com a certeza de tantos


outros que são capazes de apostar tudo (ou pelo menos qualquer coisa) contra a prisão do ex-presidente. E aqui não posso deixar de registrar que tanto eu quanto eles (vocês?) somos profetas


de tempos caóticos, nos quais o que prevalece é o arbítrio de um homem. Que, num belo dia, pode acordar de bom ou mau humor e decidir: _teje preso!_ Foi assim que, para dirimir (verbo


horrível!) essa dúvida, recorri aos astros. Não estou brincando, não. Perguntei a amigos versados na milenar arte de consultar a disposição dos corpos celestes: Bolsonaro será preso? Num


primeiro momento, eles relutaram em fazer o mapa. Me mandaram catar coquinho e tal. Mas depois de algum convencimento, eis que acabei com duas interpretações possíveis para a situação do


ex-presidente. Duas interpretações não excludentes, diga-se de passagem. A primeira crava: o ex-presidente Jair Bolsonaro será preso. Alguma coisa a ver com o encontro entre Marte


(Bolsonaro) e Vênus (cadeia). Mais do que isso, os astros preveem que isso se dará em “16 unidades de tempo”. O que, para o amigo, significa _mais ou menos daqui a 16 semanas. _Se isso se


confirmar, vou pedir um aumento, hein! Do contrário, vamos fazer de conta que ninguém viu. A segunda interpretação é menos precisa, mas muito mais preocupante. Resumindo, uma mistura de


Marte exaltado em Capricórnio com a cúspide não-sei-do-quê indicaria que Bolsonaro está cogitando uma fuga do país. É neste momento que você faz “uau!” daí e eu faço “uau!” daqui, porque não


consigo nem imaginar as consequências de uma fuga do ex-presidente. Tudo isso para dizer que já apostei com o Renan: se Bolsonaro for preso ou se Bolsonaro der um jeito e fugir do país


(para a Argentina, talvez?) até o fim de 2024, ele me paga um jantar no restaurante mais caro de Brasília. E ainda chama o Xandão e o Sílvio Ribas. Se nada disso acontecer, porém, eu lhe


pago um ovo-rosa e uma cerveja quente num pé-sujo qualquer aqui de Curitiba. Custos da viagem por conta dele, é claro. * Como este é um texto semicômico que será interpretado como um artigo


seriíssimo por alguns, convém avisar que um dos amigos consultados previu que Bolsonaro seria reeleito em 2022.