
Climáximo faz protesto junto do aeroporto de lisboa para "travar crise"
Play all audios:

O ponto de encontro do que designam de "assentada popular" está agendado para as 15:00 na rotunda do Relógio, do lado da Avenida do Brasil (perto de um dos acessos ao aeroporto), e
tem como finalidade criar "disrupção da hora de pico dos voos no aeroporto de Lisboa". Em comunicado, o Climáximo considera o aeroporto Humberto Delgado "a infraestrutura
atualmente mais poluente do país", referindo que é "um espelho não só da turistificação que enfrentam as nossas cidades, mas também do tamanho monstruoso da indústria da aviação
global". "O aeroporto de Lisboa e a indústria da aviação são um dos principais culpados em Portugal pela crise climática e pelos desastres a que temos assistido com horror, como
[nas cheias de] Valência", acusa, lamentando o "consenso parlamentar" para a construção de um novo aeroporto. Para o coletivo, a construção de uma nova infraestrutura
aeroportuária é "uma bomba de carbono". O novo aeroporto internacional de Lisboa, a construir em Alcochete, foi apresentado pelo primeiro-ministro, Luís Montenegro, em maio do ano
passado. "Com os resultados das eleições [legislativas], tornou-se ainda mais claro que este sistema não nos vai salvar. Aliás, ao contrário: está a colapsar e a empurrar-nos para o
abismo climático. Temos de ser nós, as pessoas comuns, a puxar o travão de emergência, construir a democracia popular e entrar em resistência climática já", afirma o Climáximo. Citada
no comunicado, a porta-voz do grupo Maria Lourenço lembra também que, para evitar o colapso climático e social, Portugal precisa de cortar "pelo menos 85% das emissões de gases com
efeito de estufa até 2030". "Esta é uma grande transformação social que, como temos vindo a verificar, só poderá ser liderada pelo poder popular e não pelas empresas e pelos
governos. Na aviação, precisamos de cancelar já qualquer novo projeto de expansão, pôr fim ao absurdo dos jatos privados e dos voos de curta distância (como Lisboa-Porto)", salienta.
Maria Lourenço, no entanto, realça que é necessário "um investimento massivo numa rede de transportes públicos gratuitos e eletrificados que sirvam todo o território e tenha boas
ligações internacionais". "Não podemos deixar que desastres como o de Valência se multipliquem. Nós, as pessoas comuns, não escolhemos viver em crise climática. Mas temos a
responsabilidade de nos unir e construir o poder popular para travá-la e aos seus culpados", defende. Leia Também: Climáximo agenda protesto para domingo. Será junto do aeroporto de
Lisboa