Contas do governo central têm melhor abril em três anos

Contas do governo central têm melhor abril em três anos


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Num mês tradicionalmente de forte entrada de receitas no governo, as contas públicas surpreenderam. Em abril, as CONTAS DO GOVERNO CENTRAL (TESOURO NACIONAL, PREVIDÊNCIA SOCIAL E BANCO


CENTRAL) REGISTRARAM SUPERÁVIT PRIMÁRIO DE R$ 17,782 BILHÕES. Descontada a inflação, o rESULTADO POSITIVO É 45,5% MAIOR QUE O DO MESMO MÊS DO ANO PASSADO, QUANDO AS CONTAS TINHAM REGISTRADO


SUPERÁVIT DE R$ 11,585 BILHÕES. É + que streaming. É arte, cultura e história. + filmes, séries e documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora Esse é o melhor


superávit para meses de abril desde 2022, quando o Governo Central tinha registrado resultado positivo de R$ 28,997 bilhões. O resultado veio melhor que o esperado pelas instituições


financeiras. Segundo a PESQUISA PRISMA FISCAL, DIVULGADA TODOS OS MESES PELO MINISTÉRIO DA FAZENDA, OS ANALISTAS DE MERCADO ESPERAVAM RESULTADO POSITIVO DE R$ 12,2 BILHÕES EM ABRIL. Com o


resultado positivo de abril, as contas públicas continuam no positivo no acumulado do ano. Nos QUATRO PRIMEIROS MESES DE 2025, O GOVERNO CENTRAL REGISTRA SUPERÁVIT PRIMÁRIO DE R$ 72,359


BILHÕES, o segundo melhor resultado da série histórica com início em 1997, só perdendo para o mesmo período de 2022. Nos mesmos meses do ano passado, havia superávit de R$ 31,756 bilhões. O


resultado primário representa a diferença entre as receitas e os gastos, desconsiderando o pagamento dos juros da dívida pública. A LEI DE DIRETRIZES ORÇAMENTÁRIAS (LDO) DESTE ANO E O NOVO


ARCABOUÇO FISCAL ESTABELECEM META DE DÉFICIT PRIMÁRIO ZERO, COM MARGEM DE TOLERÂNCIA DE 0,25 PONTO PERCENTUAL DO PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB) PARA CIMA OU PARA BAIXO, PARA O GOVERNO CENTRAL.


No limite inferior da meta, isso equivale a déficit de até R$ 31 bilhões. >> Siga o canal da AGÊNCIA BRASIL no WhatsApp PRECATÓRIOS Apesar do superávit acumulado no ano, está previsto


o pagamento de R$ 70 bilhões em precatórios (dívidas com sentenças judiciais definitivas) em julho. Em 2024, o governo antecipou o pagamento de precatórios para fevereiro. Segundo o


Relatório Bimestral de Receitas e Despesas, divulgado na semana passada, o Orçamento de 2025 prevê déficit primário de R$ 97 bilhões. Ao considerar apenas os gastos dentro do arcabouço, há


previsão de déficit primário de R$ 31 bilhões, no limite inferior da meta. O marco fiscal exclui R$ 45,3 bilhões de precatórios (dívidas com sentença judicial definitiva a serem pagas pelo


governo). RECEITAS Na comparação com abril do ano passado, as receitas subiram em ritmo maior que as despesas. NO MÊS PASSADO, AS RECEITAS LÍQUIDAS SUBIRAM 10,9% EM VALORES NOMINAIS.


Descontada a inflação pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta chega a 5,1%. No mesmo período, as despesas totais subiram 8,2% em valores nominais e 2,5% após


descontar a inflação. O superávit primário foi impulsionado pelo crescimento da arrecadação federal em abril. SE CONSIDERAR APENAS AS RECEITAS ADMINISTRADAS (RELATIVAS AO PAGAMENTO DE


TRIBUTOS), HOUVE ALTA DE 3,3% EM ABRIL NA COMPARAÇÃO COM O MESMO MÊS DO ANO PASSADO, JÁ DESCONTADA A INFLAÇÃO. Os principais destaques foram o aumento do Imposto de Importação, decorrente da


alta do dólar em 12 meses, e do Imposto de Renda. A alta do lucro de empresas também beneficiou o caixa do Tesouro. As RECEITAS NÃO ADMINISTRADAS PELA RECEITA FEDERAL SUBIRAM 18,2%


DESCONTADA A INFLAÇÃO NA MESMA COMPARAÇÃO. Os principais fatores de alta foram os pagamentos de dividendos de estatais, que subiram R$ 3,25 bilhões por causa do pagamento de juros sobre


capital da Caixa Econômica Federal e a alta de 18,2% nos royalties de petróleo, decorrente da desvalorização cambial nos últimos 12 meses. DESPESAS Quanto aos GASTOS, O PRINCIPAL FATOR DE


ALTA FOI A PREVIDÊNCIA SOCIAL, QUE SUBIRAM 2,4% ACIMA DA INFLAÇÃO EM ABRIL na comparação com o mesmo mês do ano passado, DEVIDO AO AUMENTO DO NÚMERO DE BENEFICIÁRIOS E À POLÍTICA DE


VALORIZAÇÃO DO SALÁRIO MÍNIMO. Os gastos com o Benefício de Prestação Continuada (BPC) saltaram em ritmo maior: 9,9% acima da inflação, pelos mesmos motivos. A COMPLEMENTAÇÃO DA UNIÃO AO


FUNDO DE MANUTENÇÃO E DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA (FUNDEB) SALTOU 22,8% ACIMA DA INFLAÇÃO NA MESMA COMPARAÇÃO. Segundo o Tesouro, isso ocorreu por causa da mudança na cesta de


impostos que compõem os repasses. As despesas obrigatórias com controle de fluxo (que englobam os programas sociais) subiram 2,1% em abril descontada a inflação na comparação com o mesmo mês


do ano passado. AS DESPESAS COM SAÚDE SUBIRAM R$ 2 BILHÕES, PARCIALMENTE COMPENSADAS PELO RECUO DE R$ 1,1 BILHÃO NOS GASTOS COM O BOLSA FAMÍLIA, QUE PASSA POR UMA REVISÃO CONSTANTE DE


CADASTRO. Os GASTOS DISCRICIONÁRIOS (NÃO OBRIGATÓRIOS) SUBIRAM 5% DESCONTADA A INFLAÇÃO EM ABRIL NA COMPARAÇÃO COM O MESMO MÊS DO ANO PASSADO. A queda reflete o atraso na aprovação do


Orçamento, que só começou a ser totalmente executado em abril. Os GASTOS COM O FUNCIONALISMO FEDERAL RECUARAM 1,4%, TAMBÉM CONSIDERANDO A INFLAÇÃO. No entanto, o secretário do Tesouro,


Rogério Ceron, admitiu que as despesas com os servidores aumentarão nos próximos meses, com o início do pagamento retroativo do reajuste salarial para diversas categorias. INVESTIMENTOS


Quanto aos investimentos (obras públicas e compra de equipamentos), o TOTAL NOS QUATRO PRIMEIROS MESES DO ANO SOMOU R$ 16,462 BILHÕES. O VALOR REPRESENTA ALTA DE 3,3% DESCONTADO O IPCA EM


RELAÇÃO AO MESMO PERÍODO DE 2024. Além das diferenças de cronogramas mensais de obras públicas, o atraso na aprovação do Orçamento interferiu na alta. Até a sanção da lei orçamentária, em


meados de abril, os investimentos estavam sendo executados com restos a pagar, verbas empenhadas (autorizadas) em anos anteriores. Nas duas semanas finais do mês, os investimentos


aceleraram.   Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente TAGS Contas do Governo Central resultado positivo precatórios despesas e receita