
França dá primeiro passo para promover militar judeu, alvo de polêmica há 130 anos
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Os deputados franceses aprovaram, nesta segunda-feira (2), por unanimidade, promover Alfred Dreyfus "à patente de general de brigada", um primeiro passo para completar a
reabilitação desse militar judeu condenado há 130 anos por supostamente espionar para Alemanha. O chamado "caso Dreyfus" marcou a França, onde se tornou um símbolo da luta contra
o antissemitismo. A proposta para sua completa reabilitação chega em um contexto de auge de ataques contra a comunidade judaica. É + que streaming. É arte, cultura e história. + filmes,
séries e documentários + reportagens interativas + colunistas exclusivos Assine agora "Mediante nosso voto, a República [francesa] vai reparar um erro, que o oficial Dreyfus teve que
sofrer em 1906", apesar de ter sido absolvido, afirmou o proponente da lei, o deputado centrista Charles Sitzenstuhl. Em 1894, o então capitão Dreyfus foi condenado por traição e
obrigado ao exílio na ilha do Diabo na Guiana Francesa, baseado em acusações falsas alimentadas por um antissemitismo profundamente arraigado no final do século XIX. Em 1906, a Corte de
Cassação o declarou inocente, o que implicou sua reincorporação imediata ao Exército. Logo depois, uma lei o nomeou chefe de esquadra, com efeito desde o dia da promulgação dessa. Mas isso
equivalia a uma "injustiça" porque interrompia sua carreira em "cinco anos de ascensão", segundo Sitzenstuhl. Dreyfus solicitou em vão uma melhora em sua carreira e
abandonou o Exército em 1907, antes de voltar a servir durante a Primeira Guerra Mundial. Por 197 votos dos deputados presentes, a Assembleia Nacional (Câmara Baixa) aprovou por unanimidade
esta nova reabilitação. A proposta de lei deve agora continuar seu trâmite parlamentar no Senado. No final do século XIX, o "caso Dreyfus" provocou uma importante crise política e
dividiu a França. Em 1898, o escritor Émile Zola publicou sua famosa carta "J'accuse" (Eu acuso), na qual nomeava os funcionários que haviam incriminado o militar. Em 2006, o
então presidente Jacques Chirac reconheceu que não foi feita justiça "completamente" com o militar e, em 2021, o atual mandatário, Emmanuel Macron, pediu que este caso não fosse
esquecido e defendeu nomeá-lo general a título póstumo. sl-tjc/mb/dd/aa Dúvidas, Críticas e Sugestões? Fale com a gente TAGS religião história frança parlamento discriminação