
“centrão” renasce na câmara como a maior força do parlamento
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Na última quarta-feira (20), o líder do PP na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), anunciou a criação de um novo bloco parlamentar, com 13 partidos e 220 deputados. Apelidado de “Centrão”,
esse bloco será a maior força partidária dentro do Congresso, tendo prioridade para indicar presidentes de comissões, exercer cargos na Mesa Executiva e, claro, aprovar ou rejeitar propostas
que subam ao plenário. Veja também Em um primeiro momento, fazem parte do bloco PP, PR, PSD, PRB, PSC, PTB, SD, PHS, PROS, PSL, PTN, PEN e PTdoB. Além disso, o PMDB estuda ingressar neste
grupo para engrossar a sopa de letrinhas. Caso isso se confirme, o bloco saltará de 220 para 288 deputados – maioria absoluta da Câmara, faltando apenas 21 deputados para chegar à maioria
qualificada exigida para a emendar a Constituição. Não se trata, porém, de um fato novo – e sim da formalização de uma situação que já existia há algum tempo. Os partidos que compõem o bloco
já jogavam juntos desde o início da legislatura – e, de certa forma, até antes disso. Nove deles compuseram o bloco de apoio de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na eleição para a presidência da
Câmara – e parlamentares de PR, PSD e PROS apoiaram o atual presidente à revelia do partido. Antes disso, todos, exceto o SD, integraram a base do governo Dilma. Os principais partidos do
bloco, PP, PR, PSD e PRB, abandonaram o governo com o processo de impeachment em andamento. Os quatro, além do PROS, do PSC e do PTB, tiveram ministros na era petista. O poder do bloco não
se esgota no número de deputados; filiados a esses partidos ocupam posições importantes de poder. Das 11 cadeiras da Mesa Executiva (considerando Cunha, hoje afastado), sete são de partidos
do bloco – oito, se o PMDB aderir. O líder do governo, André Moura (PSC-SE), é do bloco. Seis ministros dos 23 indicados pelo presidente interino Michel Temer (PMDB) estão nesses partidos –
e outros sete estão com o próprio PMDB. DISTRIBUIÇÃO A formalização desse bloco deixa mais claro como será a distribuição de poder na Câmara durante o governo Temer. O PMDB pode não
formalizar sua entrada no “Centrão”, mas atua em conjunto. Com isso, o grupo chega a 288 cadeiras. Um segundo grande bloco, PSDB, DEM, PPS, PSB e PV juntam 126 deputados. Esses partidos
apoiam o governo, inclusive ocupando ministérios, mas têm se oposto ao “Centrão” em questões internas da Câmara. Na prática, isso significa que Temer terá um rolo compressor de 414
deputados. Restaram na oposição somente o PT e seus aliados mais próximos, PCdoB e PDT, além de PSol e Rede – que também faziam oposição a Dilma Rousseff (PT).